Autoestima

Precisamos falar sobre nossos corpos

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Ontem a noite eu estava no Instagram explorando novos perfis quando me deparei com uma foto da Cacau (ex-bbb e Youtuber) num ensaio sensual, até aí tudo bem, o que me chamou a atenção foi um comentário abaixo, de uma famosa que é atriz, e agora também youtuber, perguntando pra ela se ela não pediu edição nas gordurinhas das costas, ou algo do tipo. A Cacau está deslumbrante na foto, mas o ser humano, não importando o sexo ou gênero, tem uma mania de procurar defeitos em tudo, e ali naquela foto dela feliz, toda empoderada na sensualidade, num momento que deve ser magnífico para uma mulher, alguém conseguiu achar algo para criticar, e aí, pode ser que ela não tenha dado bola pro comentário, mas nos faz pensar, até onde as pessoas vão com essa história de inventar um padrão, a todo custo, de beleza.

Isso é coisa séria, o modo como a mulher quer ser vista pelo mundo, sempre é uma forma diferente do que ela é, existem distúrbios alimentares e psicológicos sérios que podem levar a pessoa até a morte, e disso nós já sabemos a muito tempo. As mulheres se preocupam demais com peso, aparência, com tudo, sei disso por experiência própria, e um comentário desses pode acabar com todo o trabalho de uma pessoa de se auto afirmar e auto amar,  não estou falando só das mulheres que estão nas estatisticas de doenças e distúrbios, existem muitas mulheres que passam em alguma fase da vida por momentos assim, e nenhum médico ou pesquisa ficam sabendo.

Comunicadores tem que ser muito cuidadosos quando vão comentar algo ou falar sobre algo, existe sim a liberdade de expressão e opinião, mas a pessoa tem que estar ciente de que a opinião dela não pode de modo algum ferir o próximo. E aí entra também a tal sororidade, palavra que significa que nós mulheres temos que nos ver como irmãs e amigas, e não inimigas, e nisso entram os comentários de empoderamento, e não de menosprezo. Nós mulheres temos o dever de nos auto empoderar e ainda empoderar nossas irmãs, isso não é uma coisa linda?! É a tal da empatia, fazer com que a outra pessoa se sinta tão bem quanto você queria se sentir.

Ver um comentário daquele no mesmo dia que a Daiana Garbin  foi até o “Encontro com Fátima”, dizer em rede nacional que ela tem um problema, que apesar dela ter conseguido tudo que muitas mulheres querem, como uma carreira promissora, um marido bacana, e aos nossos olhos um corpo perfeito e beleza indescritivel, e saber que ela não se sente bem dentro de seu corpo, nos deixa muito pensantes. Por um lado, é muito bom esse assunto virar tema das rodinhas de conversa novamente, pois estamos sempre batendo na mesma tecla de que temos que nos amar, mas paramos de falar dos problemas que rondam nossa cabeça todos os dias. A Daiana não se sente satisfeita consigo mesma, ela se vê gorda no espelho, ela deixa de fazer coisas por achar que está acima do peso e o mais inacreditável, ela acha que as pessoas vão julgá-la por seus quilos. E quantas vezes nós mesmas não pensamos assim? Quantas vezes não deixamos de fazer algo ou até de comprar uma roupa que gostamos, por que não ficamos iguais as modelos ou a garota do catálogo da loja? Esse é o papel verdadeiro de uma comunicadora, que vai influenciar a opinião dos outros e ainda nos fazer refletir sobre assuntos importantes.

Por outro lado, começamos a pensar até onde todo esse discurso de aceitação está surtindo efeito, pois a mídia continua nos impondo um padrão, seja muito magra, seja atlética, eles sempre tentam inventar que mulher bonita é de certo jeito, não sou contra as mulheres se cuidarem, muito pelo contrário, vaidade faz bem pro ego, toda vez que nos arrumamos ou fazemos exercício físico, nos sentimos melhor, isso é ciência. O problema começa quando algo que te fazia bem vira uma obsessão e aí você descobre que nunca está feliz, você não está feliz magra, não está feliz com mais quilinhos, não está feliz comendo menos ou comendo mais, sente culpa por tudo, quando você chega a esse ponto o negócio é tacar o foda-se mesmo e tentar ser feliz sem sentir culpa de nada. É fácil falando né? Mas tenta mentalizar isso, uma hora dá certo.

E aqui eu tenho que lembrar como é fácil para os homens, eles foram criados sabendo que eles teriam que ter uma carreira, teriam que ter bom humor, poderiam fazer o que quisessem, mas ninguém disse pra eles que eles teriam que estar sempre bonitões para nós mulheres os amarmos mais, é muito fácil, eles apenas querem ser engraçados, querem se sentir bem, querem comer bem, beber bem, terem dinheiro, e não estão nem aí se a barriga não é mais a mesma da juventude. Eles se olham no espelho e vêem um cara boa pinta, sempre. Temos muito o que aprender com a auto estima masculina. O meu namorado sempre diz que não sabe por que eu me importo tanto com peso, com medidas, com o que eu como, ele acha certo eu ser saudável, mas não acha certo essas dietas malucas e o modo como ás vezes eu me critico. E ele tá certo, tenho que me criticar menos. Afinal, nós mulheres não somos só corpos, nós também temos uma personalidade única, além de que cada mulher tem uma beleza diferente, a gente só tem que aprender a achar essa beleza. E chega a ser angustiante ter que repetir isso em pleno século 21. Fico abismada.

A solução que eu achei para nós, é procurar outros meios de nos inspirarmos, procurarmos nos aproximar de mais mulheres que estão procurando a mesma coisa que nós, procurar meninas que primam pela diferença, pela beleza real e única, por pessoas que nos inspirem a sermos mais nós mesmas.

A aceitação vem de dentro de nós, mas nos cercarmos de boas referências também ajuda e muito.

E aqui deixo uma citação de Jeshua: “A auto-aceitação é uma forma de amor. O amor é o maior imã para as mudanças positivas em sua vida. Se você se amar e se aceitar pelo que você é, atrairá circunstâncias e pessoas que refletirão o seu amor próprio. É simples assim.”

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